11.4.11

diagnóstico

meu mal é a preguiça de viver

Aurá

E então chega o dia: me sinto lixo.
Minha mãe não fala comigo, to desempregada e só pra intensificar mais o meu amor pela Unama, minha orientadora de Tcc me enviou por email um sermão, praticamente desistindo de me orientar.
Eu realmente estou triste, mas não me sinto atingida, já esperava que fosse acontecer.


Até quando uma pessoa consegue ignorar a outra?
Morando na mesma casa, dividindo a mesma comida.

5.4.11

(...) parte I

Às vezes imagino que um dia alguém vai fazer tal pergunta pra mim:
- Qual o prato mais delicioso que já comeste na vida?
...
Já comi tantas coisas que levam lembranças e que talvez a lembrança seja muito mais gostosa que a comida em si.
Por exemplo, quando eu era criança, a Ana que trabalhava com a gente sempre fazia bolo e ela deixava raspa da massa crua pra eu comer e era muita massa. Sempre comia tanto o bolo cru que não fazia mais questão de comer ele cozido, na verdade eu enjoava até do cheiro.
Era a melhor coisa do mundo pra mim, a raspa do bolo, porque quando a mamãe fazia, nunca deixava raspa, ela nem gostava que eu comesse ele cru, mas quando a Ana fazia...
Eu ficava do lado só esperando ela despejar na fôrma e eu já metia o dedo na vasilha para raspar com maior êxito.
Será mesmo que essa massa com o ovo ainda cru era tão gostosa assim? Não era. É uma lembrança boa, bonita que eu guardo com muito afeto.
Ana é lembrança durante sete anos em minha vida, era minha melhor amiga.
Gostava de Caetano Veloso e lia livros de suspense pra mim. Nunca mais a vi, desde a infância.
Agora um sabor mais recente...
Lembro-me muito bem do sabor da batata frita do Bodega.
O bar que me apaixonei desde a primeira vez que fui, com meu pai. Era aquele bar que podíamos ter ido todos os dias, que não enjoávamos, me sinto até arrependida de não ter ido mais vezes ou de tê-lo conhecido um pouco antes para ter aproveitado um pouco mais.
O Bodega passou a ser aquele lugar de descobertas e segredos revelados.

4.3.11

2011

Parece mesmo que esqueci desse blog.

Voltei agora, depois de um dia de trabalho, na folga.
Resolvi vasculhar os textos disso aqui quando em 2008 era meu cotidiano e hoje é só uma caixa de velhos textos empoeirados. Parece até estranho vir até aqui escrever sobre algo pessoal. Não parece mais que é uma coisa minha, de mim.
Posso até tentar.

11.5.10

6ª série - desenho de observação

Semana passada a professora começou aula de desenho de observação na 6ª série, colocando ao centro da sala dois vasos diferentes em cima da mesa posicionando os alunos ao redor desses elementos para que cada um desenhasse o ângulo, forma e posição que visse.
O interessante é que os alunos em um primeiro momento não entendem bem o que é pra fazer, eles saem desenhando dois vasos diferentes no papel sem se preocupar se é isso mesmo que eles estão vendo da cadeira que estão. Faz um bem pra alma sentar do lado de cada criança e explicar o objetivo da aula, de fazer eles perceberem que cada um ali tem um olhar diferente mesmo que estejam sentados perto um do outro. "Tia, não sei desenhar", "tia, faz o começo, depois eu termino", "o meu ficou horrivel, tia".
O que importa nessas aulas não é se ficou igual, se ficou "certo", se está bonito, a intenção é a de instigar a percepção dos alunos diferencialmente quanto a forma, sombra, cor e textura:









Essa é a Giovana, ela me acha parecida com a Cristiana da Malhação (???)

Esse é o Andrey, um dos meus xodós, que morre de vergonha de mim e vive com essa carinha.

28.4.10

meu primeiro projeto de aula

Tema: O Auto Retrato

Apresentação do projeto
O Auto-retrato como forma de reflexão: quem sou, o que sou e no que vou me tornar? Qual seria a verdadeira finalidade de se representar e como isso interfere nas nossas atitudes e comportamentos. Segundo Araújo
[1], em seu estudo “O Auto Retrato Fotográfico: Um estudo sobre a construção fisionômica como arbitrariedade em Artur Barrio”:

O auto-retrato é uma manifestação artística que consiste em aprofundar a reflexão sobre si mesmo. Segundo o ponto de vista tradicional, realizar um auto-retrato é olhar-se refletido, tomar consciência de si como um todo unificado. No que se refere à concepção do auto-retrato existem duas escolas acadêmicas: uma que considera qualquer obra que inclui o artista e, outra, só aquelas obras expressamente concebidas como auto-retratos, o personagem em primeiro plano e o rosto como o centro da atenção.

A partir do estudo de artistas que realizavam o Auto-retrato, como: Frida Kahlo, Van Gogh, Andy Warhol, fazer com que os alunos da 8ª série se representem após análises, através das técnicas livres de fotografia e desenho. A apresentação da relação entre os contextos das obras e seus seguintes artistas é crucial para que o estudante possa fazer sua própria leitura, sendo assim, em “Apreciação da obra de arte: a proposta triangular” de Leão²:


A leitura da obra de arte deve ser feita tomando-se os contextos culturais como uma referência, evitando-se o reducionismo, fruto da homogeneização, tão limitador no processo de ensino-aprendizagem da arte.
Frida Kahlo, artista consagrada pelos seus auto-retratos será a personagem principal do tema proposto, para uma melhor compreensão do assunto, obras e vida da artista serão minuciosamente analisados pelos alunos após a aula.

Conteúdos
- Observação de si mesmo no espelho: o que você vê?
- Auto-retrato na pintura e alguns de seus autores – leitura e releitura das obras (técnica, composição, objetivos, significados, formas, etc.)
- Estudo aprofundado da pintora surrealista Frida Kahlo e o filme Frida
[2], pois sempre realizava auto-retratos, percebendo de que maneira eles tinham relação com o que acontecia em sua vida.
- Prática: técnicas de Fotografia, Desenho e Pintura

Objetivo Geral
Reconhecer, através de linguagens visuais, a importância da observação de si mesmo, tendo como referências, artistas que praticavam o auto-retrato.

Objetivos Específicos
- Compreender o que vem a ser o Auto-retrato como movimento, ou uma simples representação de si mesmo.
- Estimular a reflexão dos alunos sobre si mesmos, tendo como base as imagens e pinturas de grandes artistas.
- Enfatizar a importância da relação entre a auto-representação e a vida de cada autor.
- Aprofundar os conhecimentos em auto-retrato, tendo como base a artista Frida Kahlo, através de imagens de seus quadros e seu filme Frida
- Aprimorar a capacidade de observação e sensibilidade do olhar dos estudantes em relação a si mesmo, e nas obras de arte passadas em sala de aula.

Procedimentos Metodológicos:
Tendo como base a metodologia Proposta Triangular, as primeiras aulas serão acerca de reflexões e análises de si mesmos e dos outros, onde os alunos encontrarão um espelho como primeiro passo para formalizar os questionamentos, posteriormente estudo sobre o tema Auto-retrato e seus seguintes artistas, tendo como protagonista Frida Kahlo.
Para apresentação do tema proposto, a primeira atividade será concentrada na observação do reflexo no espelho, onde cada aluno terá um tempo máximo para ficar em frente ao espelho e fazer uma análise mental do que vê. Perguntas como “O que sou? Quem sou?” serão feitas por mim e respondidas pelos alunos oral ou mentalmente, sendo refletidas também em casa.

Após a introdução, desencadeio o Conhecer Arte, primeira fase da proposta triangular, onde Barbosa
[3] acredita que se situa o entendimento de que a arte se dá em um contexto, época e espaço que podemos encontrar as obras de arte. Nesta ponta do triângulo, apresentarei dentro do tema proposto, imagens, fotografias e pinturas de artistas diversos que praticavam o Auto-retrato, enfatizando seus dados históricos e devidas técnicas relacionadas com o período de suas vidas. Obras de Andy Warhol, Van Gogh, Rembrandt, Frida Kahlo,etc. minimamente analisadas quanto a cor, forma, história, contexto, autor, composição, objetivos e assim por diante.

Aprofundando o estudo da auto-representação, Frida Kahlo será o segundo passo, perguntas como “quem foi Frida Kahlo, porque ela sempre fez auto-retrato, porque sempre utilizava cores fortes, qual a intenção dela em se representar, na maioria das vezes, em estado mórbido, etc.”, serão respondidas durante duas aulas especialmente dedicadas para a artista. No primeiro encontro com Frida, formarei grupos de cinco a seis alunos e distribuirei imagens impressas de obras da artista para a análise coletiva e detalhada. O segundo encontro estará voltado para o filme Frida, para que entendam melhor a vida que a artista levou: seus anseios, desejos, paixões, sofrimentos e idéias. Durante o processo de conhecimento profundo da artista, será passada em sala de aula uma atividade de leitura e releitura das obras de Frida, ou seja, os alunos, além de analisarem cada obra com o olhar atento e mentes abertas, terão que, após essa leitura, criar uma nova obra a partir das obras passadas com seus toques pessoais, suas vivências, experiências e traços próprios.

É neste segundo momento, que se realiza o Apreciar Arte, a segunda ponta do triângulo, onde os alunos analisam técnica e teoricamente as obras, não somente recebendo as informações passadas, e sim, interferindo e construindo uma opinião própria acerca do assunto proposto.
Por fim, o Fazer Arte que consiste na produção dos alunos, as técnicas, formas e composições que serão feitas por eles mesmos. Com base neste último momento, onde há a verificação do entendimento da turma como um todo e individual, cada estudante terá que produzir uma auto-representação seja em forma de desenho, pintura e até fotografia onde resultará na última atividade e na avaliação. Dentro dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte
[4], podemos encontrar inúmeros trechos abordando a importância da produção dos alunos, dentre estes, ressalto um onde discorre sobre o olhar do artista:

O artista desafia as coisas como são, para revelar como poderiam ser, segundo um certo modo de significar o mundo que lhe é próprio. O conhecimento artístico se realiza em momentos singulares, intraduzíveis, do artista ou do espectador com aquela obra particular, num instante particular.
Essa compreensão de que o artista é único e que ninguém pode lhe tirar as vivências, o seu olhar sobre as coisas, a sua personalidade, técnica própria e onde isso interfere e o auxilia em seus trabalhos, é uma das propriedades que os alunos deverão levar para suas vidas após as aulas propostas no estudo sobre o Auto-retrato.


Processo de Avaliação
A avaliação consiste no resultado da produção e compreensão do estudante após todo o conteúdo passado em sala de aula ou trabalho feito em casa. O primeiro trabalho a valer metade dos pontos para a finalização é a leitura e releitura das obras de Frida Kahlo, exercício passado após as duas aulas específicas sobre a artista que são: a primeira é onde apresento as obras e analiso junto com a turma, uma a uma para maior compreensão e a segunda consiste no filme Frida.
Cada aluno deverá trazer para sala de aula, uma obra (auto-retrato ou não) condizente ao estudo sobre a artista, o que eles entenderam e concluíram após as análises em sala de aula, em forma de desenho e pintura. A perfeita técnica do desenho não é o mais importante, o que vai contar é a criatividade, o olhar e a relação entre o que cada estudante produziu e as pinturas da artista surrealista.

A outra metade da pontuação para o fechamento da avaliação irá consistir na produção individual dos alunos de um auto-retrato. Cada estudante estará livre para escolher a técnica e o tamanho de sua obra, contanto que apresente entendimento total e/ou suficiente do que foi passado em todas as aulas, desde a observação no espelho, até o presente momento. Muito além do que é belo ou não, a obra deverá conter um pouco do aluno: quem ele é, o que ele quer fazer daqui em diante, como ele sente, como ele se vê.

Recursos
- Espelho para a primeira aula de observação de si mesmo.
- Datashow para expor as obras dos artistas que se representavam: Van Gogh, Rembrandt, Andy Wahrol e Frida Kahlo.
- Obras de Frida Kahlo impressas em quantidade suficiente para distribuir para os grupos de cinco a seis alunos na sala de aula.
- Aparelho que projete o DVD Filme Frida.



[1] Virgínia Gil Araujo. Doutoranda em História da Arte no Programa de Pós-Graduação em Artes Plásticas da ECA/USP. Mestre em História pela Pós-Graduação do IFCH / PUC-RS. Membro do Conselho Deliberativo de História da Arte da ANPAP. Professora do Curso de Pós-Graduação em História da Arte da FAAPSP. Professora da Graduação em Design Gráfico da ESPM-SP. Publica artigos sobre Arte Contemporânea em revistas e livros acadêmicos, e escreve como correspondente do Brasil para a revista LatinArt.
² Raimundo Matos de Leão. Mestre em Artes Cênicas – UFBA. Escritor, diretor teatral, artista plástico. Professor da Faculdade Social da Bahia. rmleao@ig.com.br
[2] Titulo original: (Frida). Lançamento: 2002, Direção: Julie Taymor , Atores: Salma Hayek , Alfred Molina , Geoffrey Rush , Ashley Judd , Antonio Banderas , Duração: 123 min, Gênero: Drama.
[3] Ana Mae Barbosa é a principal referência no Brasil para o ensino da arte nas escolas. Professora aposentada da USP acredita que a arte estimula a construção e a cognição das crianças e adolescentes, ajudando a desenvolver outras áreas de conhecimento.
[4] Os PCNs-Arte englobam o ensino de artes visuais, teatro, dança e música, abordando cada linguagem separadamente, com indicações para o desenvolvimento de trabalhos que integram a Arte com as demais disciplinas do currículo.



PS: achei que estava lindo, entreguei pra professora e além de ela riscar do início ao fim ela me deu um 6,5 por causa das normas da ABNT. (Pelo menos fui a maior nota da minha sala.)

14.10.09

lendo hoje, me inspirou.
deu vontade de escrever e pra variar: falar de mim, só de mim o que se passa e o que passou.
lembranças escritas e ditas.
tentar escrever o que fui e o que estou me tornando: não sei e nem quero saber, tenho raiva de quem acha que sabe.
tenho raiva, já tive muita raiva, senti ódio.
mas dizem que ódio está muito próximo do amor, tenho ódio de quem falou essa besteira.
gosto da indiferença mas foi por poucas pessoas que a senti.
gosto de dizer que sou indiferente as coisas que me incomodam, mas poucas vezes sou.
gosto de falar muitas coisas,
ouço poucas, engulo nenhuma, cuspo todas.
todo mundo sempre disse que a convivência comigo não é coisa fácil, nunca soube o porque e todos os dias eu sabia. sempre soube o porque.
nunca mudo, nunca muda, nunca o silêncio.
já provoquei acidentes, términos, brigas e feridas.
cicatrizes.
gosto de todos os sabores das lágrimas, nunca tive vergonha,
adoro me esconder, mas gosto de ser
descoberta.
algo clichê que me toma e não deixa eu pensar antes de escrever.
vou escrevendo, não relendo,
achando que posso continuar, falando de mim assim, desse jeito
sem perguntar, invadindo a mim mesma
desarmada.

28.8.09

não paro de ouvir

"Deixa, deixa, deixa eu dizer o que penso desta vida
Preciso demais desabafar!

Suportei meu sofrimento
De face mostrada e riso inteiros
E hoje canto meu lamento
Coração cantou primeiro
E você não tem direito
De calar a minha boca
Afinal me dói no peito
Uma dor que não é pouca





Tem dó... "


Eu comecei a ouvir essa musica e gostei. Da voz, do sentimento.
Inocentemente comecei a cantarolar caminhando, embaixo do chuveiro e subindo escadas.
Hoje eu li a letra. Hoje eu percebi o quanto ela tem tudo e completamnete a ver com a minha vida nesses exatos meses. Vontade de abrir a boca, gritar e fazer forçosamente que me entendam.
"Uma dor que não é pouca". Pegar a bolsa, amarrar o cabelo, não esquecer do anel e seguir caminhando não atendendo aos assovios nos lados e atrás que o meu ouvido me avisa. Não saber o que fazer, como fazer, como correr atrás de algo que não quero durante um bom tempo. Fazer todos os projetos e planos que estão com minha letra nos papéis do lixo. Li na revista (linda, mais do que linda é perfeita, meu sonho trabalhar lá) Vida Simples que não se deve deixar pra amanhã as coisas importantes e mesmo as não importantes, quanto mais adiar muito mais dificil será conseguir fazer qualquer outra coisa, mas e aí? Tudo que eu vejo e leio e ouço tá tudo acumulado na minha mente e não sei o que fazer com isso tudo porque realmente não há tempo, eu posso almoçar sem engolir o prato inteiro? Eu posso te ligar quando fizer chuva? Quando voltar de viagem eu vou arrumar os livros. E não vou. "Suportei meu sofrimento/ De face mostrada e riso inteiro".

"OI, to bem sim, tchau! bom final de semana."

22.6.09

9dade

http://entretenimento.br.msn.com/famosidades/noticias-artigo.aspx?cp-documentid=20504176

Nossa, grandes merda de notícia!
Pra que fazer filme se depois do livro já tem uma animação mais do que suficiente?
Eu não consigo entender essa necessidade de transformação das coisas. Posso parecer chiita escrevendo isso e sou.

16.6.09

avaliação (de mim mesma)

Nem sei se vale a pena passar de semestre tendo sido uma estudante medíocre que fui. Preciso me importar mais, quero voltar a ler o quanto que eu lia, parece que não tenho mais tempo, e tenho.

12.6.09

CHEGOU


8.6.09

Faz tempo que não tomo uma decisão.
Uma decisão que realmente mudaria minha vida ao extremo.
E eu nem sei o porque eu me importo com isso, parece que sinto falta de decidir e geralmente eu demoro meia hora pra escolher se quero comida italiana, japonesa ou fast food. Decidir é uma coisa muito dificil pra mim, eu me sinto muito mal quando tenho em mãos muitas escolhas, sempre me confundo e penso que vou me arrepender com qualquer rumo que tome. Na maioria das vezes, depois de muito tempo pensando no que escolher, eu volto atrás e fico por uns segundos frustada por não ter escolhido alguma das outras opções. Eu tenho medo de não saber fazer nada sozinha, parece que me sinto muito mais pressionada do que deveria ser o normal. Aí eu preciso de alguém, um certo tipo de "cúmplice"ou até mesmo "protetor", sei lá. E apesar disso, agora que muita coisa mudou desde que saí do colégio, e isso tem 3 anos, to sabendo lidar com decisões, mesmo essas pequeninas chatas que ocupam metade do meu dia. Umas das minhas grandes decisões ainda mexe comigo até hoje que é o meu trabalho, as vezes fico pensando: "Como posso passar 5 dias trabalhando dia e tarde, estudando a noite e não tendo um pingo de tempo pra mim?" Eu, sinceramente, mal sei responder essa pergunta, esse negócio de "valer a pena" é bem verdade. Isso existe, gente.

4.6.09

domingo que vem II



fiz esse pro neto, é um olho zeppelin
(ou pelo menos eu achei que fosse)

3.6.09

mas eu gosto de viver

lavagem cerebral de tragédias

26.5.09

título

Um texto sobre água e pássaro seria postado aqui se não fosse minha mania de querer que tudo seja sempre do meu jeito, tem que ser denso e pessoal, se não eu apago e espero alguma outra oportunidade, que não é esse o caso. Eu escreveria sobre o medo dos pássaros, a indiferença da água e o que eles não tem em comum. As pessoas geralmente preferem a água aos pássaros, acho que é porque ela é bem mais acessível, mas se esquecem que está se esgotando, são as ultimas gotas... contagem regressiva. E sobraram os pássaros, por pouco tempo, a sede vêm e o vento leva suasas direto para o sul, sem nenhuma escala. o pouso é doloroso.
Então procuram algo para lavar a dor.
Só há luz e poeira.

(hora de ir pra aula)

25.5.09

Catei colo
E o mar parou
Fui deitando
Pra perguntar
Nome, bairro
Amigo, amor
De onde vem
Parar o mar

22.5.09

Aquele amor não era igual aos que via passar perto do seu rosto e boca e mãos. Era diferente, perigoso e violento, mas gostava assim mesmo. Parece que quanto mais dor sentia, mais amava aquele amor que não era igual aos que via passar por aí. Conversar já não fazia sentido, somente os dois, um e outro, ela e ele, a tv ela e ele, a cama ela e ele. Os olhos, a boca, era o que importava. Não se manter distante do amor que não era igual aos que via passar na novela. Tiveram outros tempos, ventos, areias, florestas, tosses e nada mais se via senão aquele fundo do poço sem um pigo d'água. O que viver senão aquele amor que não era igual aos que via passar como nuvens no céu?

dias cinzas sem chuvas

Será que eu fui sequestrada e nem percebi? Aquele pesadelo então era real? A voz assustadora sussurrando que eu ía morrer circulou realmente pelos meus tímpanos? E os cinquenta mil reais pelo resgate que ninguém possuia? O que aconteceu com minha mãe... paralisou, enlouqueceu e toma remédios pra esquecer? Meu pai tem TOC e largou o emprego pra conversar com o espelho? Meu irmão mora no interior por causa da síndrome de pânico que adquiriu depois de me ver sem vida? E meu amigos, o que será que lembram quando pensam no meu nome? Lembram-se das vezes em que sorri logo depois de contar algo sem graça? Lembram-se de alguma incerta tristeza que me afetou e das cores de minhas lágrimas? Eles choram vendo fotos passadas e do quanto eu era chata e apaixonada? Tento imaginar meu quarto, as minhas coisas (sempre recordo das pessoas que já me chamaram de "museu" por guardar tanta antiguidade desnecessária e feia), minha cama empoeirada de lágrimas de minha mãe que nunca pára com a mania de averiguar se eu estou lá, quem sabe deitada lendo ou cochilando sem nenhum cansaço. Quem me substituiria aqui na editora? Alguém mais bonito? Mais velho?
Eu questionei sobre as coisas a minha volta, e não consigo imaginar em que lugar eu estaria. Que alma me ocuparia (se é que eu teria uma), teria asas brancas? Quem sabe chifres vermelhos? Acho que seria magrela, seria indecisa e amaria odiar a tudo assim como o vice-e-versa;
Eu gostaria de viver ali, ou lá, aqui, cá e aculá.

18.5.09

eu conheço o coração mais bonito que existe

Ele não tem nome e nem cor. Quase não se ouve a sua voz quando fala, mas o sorriso... o sorriso é de se emocionar, ele mesmo é muito sensível: à luz, à arte e ao cotidiano. Ele gosta de carinho, muito carinho e não chama atenção, ouve Arnaldo Antunes e The Doors mas não sabe tocar nenhum instrumento. Ele sabe ouvir. Não tem costume de desenhar, mas quando a vontade vem, desenha a imaginação e os sonhos, esses já tão esquecidos por ele. Esse coração quer viajar, cochilar, abraçar e chorar ao lado do meu. "Não se cansa de ter esperança de um dia ser tudo o que quer", ainda bem coração, continua assim.