6.6.08

não acaba

Parecia que tudo estava equilibrado, eu sorria sem controle e abraçava sem medo dos olhares voltarem-se a mim com aquele ar de desdém. Perdida, no labirinto sem saída e fechadura. CADÊ A CHAVE DESSA BOSTA? - hoje, tudo está me consumindo negativamente, não aguento mais essa voz materna dizendo o que tem de ser feito e que o dinheiro acabou e que amanhã eu serei um ser no meio de todos os outros que precisam de ajuda (talvez até mesmo ajuda mental). A chuva voltou, não essa que cai no asfalto e molha a barra da calça,trazendo todo o cheiro dessa cidade que ás vezes me deixa nauseada. Não, a chuva que me refiro é aquela que só derrama em cima de mim, sinto as pedrinhas de sal, esse gosto... voltando. CADÊ O GUARDA-CHUVA DE MERDA QUE HAVIA ME PROTEGIDO? - ele não tá aqui, eu tenho que esperar pra tê-lo. Essa espera é um tanto irritante, a voz não pára, a chuva muito menos, a minha mémoria vem nessas horas só pra colocar mais lenha nessa grande fogueira que eu faço da minha vida onde eu quero queimar tudo de uma hora pra outra, aquele barulho de fogueira... eu sonhei com ele. De que importa esse barulho aquecedor se a voz se instalou no meu cérebro e não pára de gritar, CADÊ O CONTROLE REMOTO PRA ABAIXAR ESSA DROGA? - eu não sei onde guardei, eu nem lembro mais cadê aquelas fotos que eu gostava de ver. Talvez seja melhor mesmo não vê-las, elas me deixavam bem na época, hoje é capaz de eu vomitar vendo. Queria vomitar... tudo. Principalmente essa voz, atormentando justamente quando a fase mais destruidora dessa época tinha ido embora, pelo menos por um tempo, porque eu sei que volta... (sempre volta). Mas não, algo sempre tem que perturbar a mente, sempre, não importa se estás descansando ou se estás quebrado querendo fechar os olhos, vai ter sempre algo pra te furar e te arrancar os dentes.

2 comentários:

mentos. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
mentos. disse...

sempre...sempre...sempre...



- não repara, tô pessimista hoje.