30.1.08

eu (vi)vida ali

nunca tinha visto crianças tão carinhosas antes, a todo momento pedindo abraço e atenção. não aquela atenção que seres dessa idade sempre pedem como forma de ser o centro do mundo, e sim uma atenção especial como se aquele momento fosse único e sentir como se fosse uma partezinha importante dele, tão grande e tão distante do tato delas. mas elas sonham. o sorriso da paloma, a esperança da luciana e o humor do rafael. eu não fotografei, mas está aqui, de alguma forma, no álbum mais bonito e colorido da estante. sem os cabelos e sem mais tanta vida, mas com tanta alegria e carinho recebendo seus estranhos visitantes, seus presentes, seus abraços, suas cores no desenho. de início, fiquei meio fechada pois não sabia como agir com aquelas criaturas todas saltitantes e sorridentes, esperando o mesmo de nós, talvez mais e eu tímida consegui a atenção de duas crianças especialíssimas que chamavam-me de "tia" e pediam pra que contasse histórias ou brincasse com fantoches, a vontade de sorrir deles era infinita. nós levamos a vida, levamos bem. e se tudo der certo continuarei levando: para luciana, para a gabriele, para o marcus, o rafael, paloma, emerson... todos esses que nos acolheram como se nós fôssemos grandes seres humanos e isso é um pouco triste, porque logo era a hora de ir embora, a saudade logo apertou quando descobriram que aquilo era de verdade, nós estávamos na porta da saída dando adeus, "amanhã não voltarão" um pensamento, "nem depois" e outro e assim elas balançavam suas mãozinhas magrelinhas e esticavam seus sorrisos para que aquilo ficasse marcado (e ficou!), fosse eterno e nem a tristeza do amanhã poderia fazer esquecê-los de nós.

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