22.1.07

vem, saudade, vem.


ela vem me provocar e dizer o que eu não posso. fazer o que eu não posso. sentir o que eu não posso.
ela vem jogar um mundo cheio de atritos nas minhas costas, nas minhas mãos e nos meus olhos.
ela vem me perturbar todo dia. quanto mais fujo, mais eu sinto ela do meu lado. nem falar mal dela agora eu posso, pois ela está aqui comigo. às vezes ela domina o teclado e escreve como se fosse eu, mas é ela querendo me possuir completamente. isso não acontecerá.
eu tenho minhas armas contra ela, como: o tempo, o abraço, a confiança e o olhar dele. o tempo já começou a nos prejudicar e se o tempo nos impede, o abraço não acontece e o olhar não aparece. pelo menos a confiança dele ainda resta em mim...
ela estará presente durante todos os dias desse ano. ela estará me incomodando durante todas minhas lembranças. eu grito, eu berro, eu choro e ela não vai embora.
hoje eu escrevi uma carta pra ela com os dizeres:

"vai embora saudade,
eu não quero sofrer.
eu vou esperar o tempo que for,
não precisas me sufocar
porque eu preciso viver."


ela ainda não respondeu, mas ainda agorinha veio bater em
minha porta.
e como sempre, eu deixei ela entrar:
"entre saudade e fique à vontade".

Nenhum comentário: